Cefaleia é o principal sintoma neurológico em pacientes com COVID-19, podendo ser a manifestação inicial ou persistir por muitos meses após a resolução da infecção.
Dor de cabeça é um dos sintomas comum em quadros gripais em geral, com a gripe por influenza ou por H1N1. Da mesma forma, na COVID-19, esta presente em uma grande quantidade de pacientes infectados, totalizando cerca de 15% dos pacientes no início dos sintomas. Mais preocupante é a proporção de pacientes que desenvolve cefaleia crônica.
Um estudo brasileiro revelou que até dois terços dos pacientes internados por COVID-19 mantinham dor de cabeça 3 meses após a doença. Além disso, 40% dos pacientes desenvolveram uma cefaleia nova, ou seja, não tinham dor de cabeça antes da COVID-19 e passaram a ter. O mesmo estudo mostrou associação entre a presença de hiposmia (redução do olfato) e evolução para dor de cabeça crônica.
Acredita-se que a dor seja resultado de uma combinação de fatores, como hipóxia, desidratação, inflamação sistêmica e distúrbios metabólicos. Outro mecanismos possível é a invasão direta do sistema nervoso central através do bulbo olfatório, o que é reforçado pela observação de associação entre hiposmia e dor de cabeça.
Características da dor de cabeça da COVID-19
A dor de cabeça da fase aguda geralmente é difusa e tem intensidade moderada, tem duração maior que 72 horas e não responde bem aos analgésicos. A cefaleia que persiste pode ter características variáveis, semelhantes a outros tipos de dor de cabeça conhecidos – ainda não se tem um característica bem estabelecida dessa dor. Alguns relatos indicam que ela pode ter início até 10 dias após a recuperação do COVID-19.
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Um aspecto importante é que não existe uma relação obrigatória entre a gravidade da COVID-19 e a persistência de dor de cabeça: casos de COVID-19 leves parecem levar a dor de cabeça persistente mais frequentemente que casos graves.
Tratamento da cefaleia pós-COVID-19
Ainda não existe resposta definitiva sobre como é o tratamento da dor de cabeça pós-COVID. O tratamento atual é guiado de acordo com o padrão da dor de cabeça, também levando em consideração a frequência e intensidade da dor, assim como eventuais sintomas associados. O cuidado para evitar a COVID-19 ainda é a melhor solução.
Outras manifestações neurológicas
Além da cefaleia, a COVID-19 esta relacionada a muitas outras manifestações neurológicas, desde quadro leves até complicações fatais. Entre elas, destacam-se o AVC e a trombose venosa cerebral, alterações de memória e de comportamento, zumbidos, fraqueza generalizada e fadiga, dentre outros. Escreverei sobre essas manifestações no futuro.
Diagnósticos e Tratamentos devem ser individualizados.
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