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Stents e Diversores de Fluxo no Tratamento dos Aneurismas Cerebrais

Stents e Diversor de Fluxo no Tratamento de Aneurismas

O tratamento endovascular dos aneurismas cerebrais inclui várias técnicas diferentes que são escolhidas de acordo com cada caso. Nesse artigo, falaremos sobre a embolização de aneurismas cerebrais com stents e diversores de fluxo.

Esse artigo faz parte da nossa série sobre aneurismas cerebrais. Para ler sobre as opções de tratamento dos aneurismas, visite o artigo sobre o tema. 

Você também pode ler nosso artigo anterior, sobre embolização de aneurismas com molas e balões.

Antes de continuar, vamos revisar rapidamente alguns conceitos caso você não se lembre:

Os aneurismas podem ser tratados por cirurgia aberta ou por técnicas minimamente invasivas, que chamamos de embolização. Nesse último caso, o tratamento é feito por dentro dos vasos – por isso é chamado de tratamento endovascular. Por uma pequena punção na região da virilha ou do pulso, cateteres (que são longos tubos flexíveis) são guiados pelo intervencionista até o aneurisma. Leia mais sobre como é a embolização aqui.

Para o tratamento dos aneurismas, os stents podem ser usados como auxiliares para apoiar o posicionamento das molas ou podem ser usados isoladamente desviando o sangue dos aneurismas, como no caso dos stents diversores de fluxo.

Embolização com Stents e molas

O que são os stents?

Stent é uma estrutura em formato de tubo em que as suas paredes são feitas de malha metálica, com furos que permitem a passagem de sangue. São feitos de ligas metálicas maleáveis e resistentes que permitem que sejam levados por dentro de finos cateteres até a circulação craniana.

Os stents já são usados na medicina há muitos anos. No caso da neurorradiologia intervencionista, são versões mais modernas, mais flexíveis e com tamanhos menores – o diâmetro de um stent varia entre cerca de 2,5mm até cerca de 4,5mm.

Exemplo de stent usado em cirurgias minimamente invasivas para aneurisma cerebral
Exemplo de stent usado no tratamento de aneurismas.

Função dos stents no tratamento dos aneurismas cerebrais

Dependendo da localização, do tamanho e do formato dos aneurismas, pode ser difícil garantir que as molas fiquem posicionadas de maneira estável no interior do aneurisma – qualquer deslocamento delas para os vasos têm risco de complicações. Nesses casos, usamos o stent como apoio permanente para garantir que as molas cumpram sua função de ocluir o aneurisma.

Outra função dos stents é dificultar que o sangue entre no aneurisma, potencializando a oclusão do aneurisma. Também diminui a chance de recorrência de aneurismas grandes.

Embolização de Aneurismas Cerebral com Stent e Molas
O stent ajuda a posicionar as molas no interior do aneurisma durante o tratamento.

Quando é necessário uso de stent?

De maneira geral, os aneurismas que tem colo largo, ou seja, aquelas que tem uma base ampla em relação ao seu tamanho, tem mais chance de precisarem de stent.

Aneurismas podem ter colo largou estreito.
A largura do colo ou “pescoço” do aneurisma influencia na técnica usada no tratamento

Durante a fase de planejamento do tratamento, o especialista em aneurismas cerebrais avalia as características do paciente, do aneurisma e da anatomia para escolher a estratégia que será utilizada, como uso de molas, microbalões, stents ou diversores de fluxo.

Como o stent é colocado no aneurisma?

Os stents são colocados junto ao aneurisma através de finos cateteres que são navegados pela circulação a partir de uma punção na virilha ou no punho. Como são maleáveis, os stents são levados fechados dentro desses cateteres. Quando o neurointervencionista escolhe o lugar correto, o stent é aberto e protege o colo do aneurisma.

Embolização de Aneurismas com Stent Diversor de Fluxo

O que são diversores de fluxo?

Os diversores ou redirecionadores de fluxo são stents que apresentam cobertura metálica maior que os stents comuns. A malha dos diversores é mais fechada, formando uma espécie de túnel que dificulta a saída de sangue do seu interior – por isso o nome de redirecionador de fluxo.

Comparação entre a malha dos stents comuns e do diversor de fluxo.
Observe como os “buracos”da malha do diversor de fluxo são muito menores que o do stent comum.

Como o diversor de fluxo trata o aneurisma cerebral?

Como o stent diversor de fluxo dificulta a entrada de sangue no interior do aneurisma, ocorre trombose progressiva do aneurisma até sua completa exclusão da circulação sanguínea. Em alguns casos, usamos molas juntamente ao diversor, acelerando o processo e dando mais segurança ao tratamento.

Efeito do redirecionamento do fluxo leva a oclusão do aneurisma.

Esse processo é duradouro porque a própria malha do stent serve como “esqueleto” para a formação de epitélio (a camada mais interna dos vasos sanguíneos) que fecha a entrada do aneurisma. 

Quando o diversor de fluxo é indicado?

Os diversores de fluxo revolucionaram o tratamento dos aneurismas porque permitem a resolução completa de aneurismas que antes precisavam de cirurgia aberta ou sequer teriam tratamento.

Suas indicações crescem cada vez mais conforme a tecnologia e as técnicas se aperfeiçoam.

Atualmente, são mais indicados principalmente para o tratamento de aneurismas grandes ou gigantes, aneurismas complexos, aneurismas de colo largo ou nos quais as outras técnicas não podem ser utilizadas.

Preparo para uso de stents e diversores de fluxo

Como os stents são estruturas metálicas estranhas ao corpo, são necessários medicamentos que evitam a formação de coágulos sobre o metal. Essas medicações, chamadas antiagregantes plaquetários, como AAS, clopidogrel, ticagrelor e plasugrel, são iniciadas alguns dias antes do tratamento e devem ser mantidas por alguns meses após.

Qual o risco do uso de stents?

Os stents neurológicos são seguros e eficazes no tratamento de aneurisma cerebral quando bem selecionados pelo neurradiologista intervencionista. Apesar disso, os principais riscos são de deslocamento do stent ou de formação de trombos do seu interior, que felizmente são exceções. 

Dúvidas comuns sobre Embolização de Aneurismas com Stent e Diversor de Fluxo


Como é o preparo para stent para aneurisma cerebral?

Além do preparo geral para tratamento de aneurismas, o uso de stent requer o uso de medicamentos que diminuem a formação de coágulos. Essas medicações são prescritas nas consultas de orientação para o tratamento.

Quanto tempo dura o stent de aneurisma cerebral?

Os stents não são absorvíveis e ficam para sempre onde foram liberados. Com o tempo, forma-se uma camada do vaso sanguíneo que recobre o stent e o “incorpora” a parede da artéria.

Quem tem stent pode fazer atividade física?

Sim. Após um período inicial de repouso necessário após qualquer tratamento de aneurisma, não há contraindicação para a prática de atividades físicas para quem tem stent ou diversor de fluxo.

Quem tem stent pode fazer ressonância?

Sim. Os materiais utilizados para a embolização de aneurismas cerebrais, como molas, stents e redirecionadores de fluxo são compatíveis com ressonâncias. 

1 comentário em “Stents e Diversor de Fluxo no Tratamento de Aneurismas”

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