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Título de artigo sobre enxaqueca com imagens sobre os principais sintomas

Enxaqueca

A enxaqueca é um tipo de dor de cabeça forte que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e que tem características marcantes, como dor forte pulsante, enjoos, vômitos, sensibilidade à luz e a barulhos e alterações da visão, que a diferencia de outras cefaleias.

Cefaleia é o termo técnico para dor de cabeça. Existem muitos tipos de cefaleia e a enxaqueca é apenas uma delas. A enxaqueca também é conhecida como migrânea.

A enxaqueca não é o tipo de dor de cabeça mais comum, mas provavelmente é mais conhecida por causa da sua intensidade e de suas características marcantes. Ela afeta mais de 10% da população e é cerca de 3 vezes mais comum em mulheres que homens.

É uma doença crônica, que pode interferir na qualidade de vida das pessoas que sofrem com ela, levar a faltas na escola ou no trabalho, a constrangimento social e a gastos desnecessários.

Apesar disso, é muito negligenciada. Muitos nunca procuraram ajuda especializada para suas dores de cabeça, apesar de termos tratamentos eficazes que podem devolver qualidade de vida aos enxaquecosos.

Nesse artigo, vamos explorar os principais temas relacionados à enxaqueca, desde as definições, até causas, sintomas, fatores desencadeantes, sintomas e formas de tratamento.

O que é enxaqueca?

A enxaqueca é uma forma de cefaleia primária, ou seja, uma dor de cabeça que não é causada por outra doença. Ela resulta de processos complexos, ainda não completamente compreendidos, que levam a liberação de substâncias inflamatórias e causam dor.

Por sua própria definição, a enxaqueca tem algumas características marcantes, como:

  • Dor de cabeça pulsátil, geralmente em um dos lados da cabeça
  • Intensidade moderada a forte, muitas vezes incapacitante, impedindo a pessoa de realizar suas atividades normais
  • Piora com luz ou som
  • Dura 4 a 72 horas, se não for tratada
  • Associada a náuseas e vômitos
  • Pode ser precedida por sintomas de alteração visual, tontura, formigamentos, etc

Essas características permitem diferenciar a enxaqueca de outras dores de cabeça comuns, como cefaleia tensional e cefaleia em salvas.

A enxaqueca é mais comum em mulheres do que em homens, e sua origem pode ter influência genética, associada a diversos fatores ambientais, hormonais, alimentares, emocionais e comportamentais.

Existem dois tipos principais de enxaqueca: enxaqueca comum e enxaqueca com aura.

Enxaqueca Comum

Também chamada de enxaqueca sem aura, essa é a forma mais comum de enxaqueca e, basicamente, corresponde a dor que descrevemos acima, sem a ocorrência de sintomas premonitórios. 

Enxaqueca com Aura

A enxaqueca com aura ou enxaqueca clássica é um tipo de dor de cabeça em que o paciente, além de manifestar a própria dor da enxaqueca, apresenta sintomas neurológicos que antecedem ou acompanham essa dor. Esses sintomas neurológicos são chamados de aura.

O tipo mais comum de aura são as alterações visuais, que podem ser muito variadas, desde pequenos pontos luminosos ou escuros na visão até raios de luzes coloridos em zigue-zague, embaçamento visual ou visão turva e perda de parte ou de todo o campo visual.

Além das alterações visuais, as manifestações da aura podem afetar a audição, a fala, a sensibilidade, o equilíbrio e até o sistema motor.

Os sintomas mais comuns da aura são:

  • Escotomas, que são manchas escuras ou claras no campo visual
  • Fotopsias, que são pontos ou linhas brilhantes no campo visual
  • Fortificações, que são linhas em zigue-zague no campo visual
  • Hemianopsia, que é a perda da metade do campo visual
  • Alucinações visuais, que são imagens distorcidas ou irreais no campo visual
  • Alterações auditivas, como zumbidos, diminuição ou perda da audição
  • Alterações da fala, como dificuldade para articular as palavras, para compreender ou para se expressar
  • Alterações sensoriais, como formigamentos, dormências ou sensação de agulhadas na face, nos braços ou nas pernas
  • Alterações motoras, como fraqueza, paralisia ou dificuldade para coordenar os movimentos
  • Tontura e vertigem

A aura geralmente se inicia de 10 minutos a 60 minutos antes da dor de cabeça e melhora espontaneamente ao iniciar a dor, mas também pode acontecer junto ou até depois da dor.

Imagem ilustrativa da aura visual da enxaqueca que começa com escotoma cintilante central, brilhante, que evoluiu para a periferia da visão.
Exemplo de evolução de uma aura de migrânea, iniciando com uma mancha central (escotoma), cintilante e colorido, que se fortifica e expande em direção à periferia da visão, eventualmente se fragmentando. Fonte: American Academy of Ophthalmology

Em alguns casos, a aura pode ocorrer sem a dor de cabeça.

Mas, atenção! Em alguns casos, pode ser difícil diferenciar uma aura da enxaqueca de sintomas de AVC ou outras doenças neurológicas. Por isso, a avaliação e orientação médica é fundamental para o diagnóstico correto.

Quais são as causas da enxaqueca?

A enxaqueca é uma doença hereditária, ou seja, herdada dos pais na maioria dos casos. Apesar disso, ainda não sabemos claramente quais são os genes envolvidos.

Em pessoas com enxaqueca, existem algumas teorias que tentam explicar o mecanismo envolvido na origem dos sintomas e da dor. 

A teoria mais atual propõe que a enxaqueca é causada por uma hiperexcitabilidade dos neurônios do cérebro, que disparam impulsos elétricos de forma desordenada, liberando substâncias que causam inflamação e dor.

Cérerbro com neurônios ativados causando dor de cabeça.
A crise de enxaqueca começa com uma hiperexcitabilidade dos neurônios.

Esses impulsos elétricos ocorrem como uma onda que se auto-propaga, ativa o chamado sistema trigeminoautonômico, que é responsável pela sensibilidade da face e da cabeça e pelo controle de funções automáticas.

A ativação desse sistema leva a inflamação e causa a dor de cabeça e a liberação de substâncias como o CGRP, que provocam dilatação dos vasos sanguíneos do cérebro e mais inflamação, prolongando a dor.

O CGRP, como veremos mais a frente, é um importante alvo do tratamento atual da enxaqueca.

Quais são os gatilhos da enxaqueca?

Existem certos comportamentos, estados de saúde, alimentos e medicamentos que podem  ser gatilhos ou fatores desencadeantes de qualquer tipo de dor de cabeça. Alguns deles são bem reconhecidos como gatilhos da enxaqueca.

Esses gatilhos podem desencadear uma crise de dor em pessoas que já têm a doença e variam de pessoa para pessoa. Podem incluir:

  • Estresse físico ou emocional
  • Alterações no sono (dormir demais ou de menos)
  • Jejum prolongado ou alimentação irregular
  • Mudanças hormonais, como na menstruação, na gravidez, na menopausa ou no uso de anticoncepcionais
  • Uso de vinho tinto
  • Alguns medicamentos, como nitratos
  • Mudanças climáticas, como na temperatura, na umidade ou na pressão atmosférica

Quais são os sintomas da enxaqueca?

Além da dor de cabeça, a enxaqueca pode causar muitos sintomas, que podem acontecer antes, durante e depois da dor. Esses sintomas podem variar de pessoa para pessoa e de acordo com o tipo de enxaqueca.

A enxaqueca pode causar sintomas antes, durante, depois da dor de cabeça. 

Antes da dor de cabeça, algumas pessoas podem ter sintomas chamados de pródromos, que são sinais de que uma crise de enxaqueca está se aproximando. Esses sintomas podem ocorrer de 24 a 48 horas antes da dor e incluem:

  • Bocejos constantes
  • Irritabilidade
  • Depressão
  • Aumento ou diminuição do apetite
  • Desejo por certos alimentos
  • Alterações do sono
  • Dificuldade de concentração

Outro sintoma que pode ocorrer antes ou durante a dor de cabeça é a aura, que, como vimos, é uma alteração neurológica transitória que pode afetar a visão, a fala, a audição, o equilíbrio, a sensibilidade ou a força.

Durante a dor de cabeça, os sintomas mais comuns são:

  • Dor de cabeça intensa e latejante, geralmente em apenas um dos lados da cabeça
  • Mal-estar geral
  • Náuseas e vômitos
  • Tonturas
  • Sensibilidade à luz (fotofobia) e ao som (fonofobia)
  • Incapacidade de realizar atividades normais
Mulher com dor de cabeça forte sem conseguir trabalhar.
A dor de cabeça da enxaqueca é moderada a forte e pode limitar o trabalho e outras atividades.

Depois da dor de cabeça, alguns sintomas podem persistir por algumas horas ou dias, como:

  • Cansaço
  • Sonolência
  • Confusão mental
  • Dor muscular
  • Alterações do humor

Como é feito o diagnóstico da enxaqueca?

O diagnóstico da enxaqueca é feito principalmente com base na história clínica e no exame físico do paciente.

Durante uma consulta médica especializada, o neurologista precisa entender como é a dor e os sintomas relacionados, além de obter informações da saúde em geral. O exame neurológico é importante para verificar se existem indicativos de outras causas para a dor ou de complicações da enxaqueca.

Não existe um exame específico que confirme a enxaqueca, mas alguns exames podem ser solicitados para descartar outras causas de dor de cabeça, como infecções, tumores, aneurismas, entre outras.

Existem critérios estabelecidos pela Sociedade Internacional de Cefaleia para o diagnóstico de enxaqueca comum:

  1. Ao menos cinco crises preenchendo os critérios de B a D
  2. Crises de cefaleia durando 4-72 horas (sem tratamento ou com tratamento ineficaz)
  3. A cefaleia possui ao menos duas das seguintes características:
    1. localização unilateral
    2. caráter pulsátil
    3. intensidade da dor moderada ou forte
    4. exacerbada por ou levando o indivíduo a evitar atividades físicas rotineiras (por exemplo: caminhar ou subir escadas)
  4. Durante a cefaleia, ao menos um dos seguintes:
    1. náusea e/ou vômito
    2. fotofobia e fonofobia
  5. Não melhor explicada por outro diagnóstico

Para o diagnóstico da enxaqueca com aura, existem ainda outros critérios sobre os sintomas apresentados, suas características, duração e relação com a dor.

É importante lembrar que o diagnóstico deve ser feito por médico capacitado, levando em conta, além dos critérios acima, outras informações de saúde da pessoa.

Outros tipos de Enxaqueca

Existem outros tipos de enxaqueca menos comuns que a enxaqueca com aura e a enxaqueca sem aura. 

Esses tipos de enxaqueca são considerados graves e requerem atenção médica especializada. O diagnóstico correto e o tratamento adequado podem ajudar a prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas.

Alguns deles são:

Enxaqueca hemiplégica

É um tipo raro de enxaqueca que causa fraqueza em um lado do corpo, podendo ser confundida com um AVC. A enxaqueca hemiplégica pode ser familiar ou esporádica, dependendo da presença de mutações genéticas.

Enxaqueca com aura de tronco cerebral

Também conhecida como enxaqueca de tronco ou enxaqueca da artéria basilar, é um tipo de enxaqueca que começa no tronco cerebral e inclui sintomas neurológicos transitórios que afetam as funções coordenadas por essa região do encéfalo, como: alteração da fala com dificuldade de articulação das palavras, vertigem, zumbido, perda auditivo, visão dupla, incoordenação da marcha e rebaixamento do nível de consciência. Esse tipo de enxaqueca pode imitar um tipo de acidente vascular cerebral chamado ataque isquêmico transitório (AIT).

Enxaqueca retiniana

É um tipo de enxaqueca que afeta apenas um dos olhos e causa perda temporária da visão ou distúrbios visuais, como luzes piscando, manchas escuras ou cegueira.

Como é feito o tratamento da enxaqueca?

O tratamento da enxaqueca tem o objetivo de aliviar a dor e os sintomas das crises e prevenir a recorrência de crises, levando a melhora da qualidade de vida do paciente.

Para isso, o tratamento da enxaqueca é feito em diferentes momentos e inclui medidas medicamentosas e não medicamentosas.

Tipo de TratamentoIndicações
Tratamento das crisesDores de cabeça leves a fortes, náuseas, vômitos
Tratamento preventivoCrises frequentes, longas, intensas, incapacitantes ou que não respondem bem ao tratamento das crises
Medidas não farmacológicasTodas as pessoas com enxaqueca, como complemento ao tratamento medicamentoso

Tratamento das crises

Para o tratamento das crises de dor, ou seja, para tratar agudamente a dor de cabeça da enxaqueca quando ela está acontecendo, precisamos usar medicamentos que sejam efetivos e com resposta rápida, tenham poucos efeitos colaterais e menores chances de complicações.

O tratamento deve ser iniciado o mais cedo possível na crise.

A melhor estratégia de tratamento para cada paciente deve ser individualizada, considerando o perfil da pessoa, as características da crise, a tolerância aos remédios e as doenças associadas.

Nessa fase do tratamento, os remédios mais usados para aliviar a dor e os sintomas são:

  • Analgésicos simples, como paracetamol, dipirona ou ácido acetilsalicílico
  • Anti-inflamatórios não esteroides, como ibuprofeno ou naproxeno
  • Triptanos, como sumatriptano, zolmitriptano ou rizatriptano
  • Antieméticos, como metoclopramida, domperidona ou ondansetrona

Os analgésicos e os anti-inflamatórios podem ser usados isoladamente ou em combinação com outros, e são eficazes para dores de cabeça leves a moderadas. Os triptanos são específicos para a enxaqueca, e agem bloqueando a liberação de substâncias inflamatórias e contraindo os vasos sanguíneos do cérebro. Eles são indicados para dores de cabeça moderadas a fortes, e devem ser usados com cautela em pessoas com problemas cardíacos ou vasculares. Os antieméticos são usados para aliviar as náuseas e os vômitos, e também podem potencializar o efeito dos analgésicos.

Os medicamentos para o tratamento das crises devem ser usados com orientação médica, e respeitando a dose, a frequência e a duração recomendadas. O uso excessivo ou inadequado desses medicamentos pode causar efeitos colaterais graves e a perda do seu efeito.

Além disso, pode provocar o que se chama de cefaleia por uso excessivo de medicamentos, que é uma complicação das dores de cabeça tratadas adequadamente, levando muitas vezes a dor dor de cabeça crônica e diária, de difícil tratamento.

Tratamento preventivo

Além de indicar remédios para a dor no momento das crises, outra estratégia de tratamento da enxaqueca é o tratamento preventivo que é indicado para pessoas que têm crises frequentes, longas, incapacitantes ou que não respondem bem ao tratamento das crises.

Mais de 4 dias de dor de cabeça por mês ou dores que duram mais de 12 horas são indicações de tratamento preventivo.

Nesse caso, o uso contínuo de medicamentos tem o objetivo de diminuir a frequência, a intensidade e a duração das crises de dor de cabeça, aumentar a resposta ao uso dos medicamentos analgésicos, diminuir a incapacidade e prevenir complicações

Esse tratamento também está indicado em todos os casos de enxaqueca hemiplégica, enxaqueca com aura de tronco cerebral, enxaqueca com aura persistente sem infarto e infarto migranoso, para reduzir o risco de danos neurológicos persistentes.

Os medicamentos usados para o tratamento preventivo da enxaqueca são:

  • Betabloqueadores, como propranolol ou metoprolol
  • Antidepressivos, como amitriptilina, nortriptilina ou venlafaxina
  • Anticonvulsivantes, como valproato ou topiramato
  • Bloqueadores de canais de cálcio, como flunarizina ou verapamil
  • Nutracêuticos, como riboflavina, magnésio e coenzima q10
  • Toxina botulínica (mais conhecida como Botox®)
  • Antagonistas do CGRP, como fremanezumabe e galcanezumabe.

Aqui, novamente escolhemos cada medicamento de maneira individualizada, de acordo com o perfil do paciente, avaliando as suas características, doenças associadas e o perfil de adaptação a cada classe de medicamento.

Em geral, esses medicamentos devem ser usados diariamente por um período de meses.

Diferentemente dos medicamentos de fase aguda, os medicamentos usados no tratamento preventivo não tem resposta imediata: podem levar de 3 a 6 semanas para se perceber a sua resposta máxima. Isso reforça a importância do acompanhamento médico contínuo para garantir a melhor resposta de acordo com cada pessoa.

Nesse período, o tratamento deve ser ajustado de acordo com a resposta e a tolerância do paciente, e não deve ser interrompido abruptamente.

Vacina da Enxaqueca: os antagonistas CGRP

Aprovados recentemente e conhecidos por “vacina da enxaqueca”, os anticorpos monoclonais antagonistas do CGRP são medicamentos injetáveis que atuam bloqueando o CGRP, uma substância que está envolvida no processo de inflamação e dor da enxaqueca, como vimos acima

Ilustração dos novos medicamentos para dor Ajovy e Emgality.
Os novos medicamentos para enxaqueca são mais uma alternativa eficaz para melhora da dor com segurança.

Eles são os primeiros medicamentos desenvolvidos especificamente para enxaqueca. Apresentam resposta mais rápida e boa tolerância, com poucos efeitos colaterais. Também têm a vantagem de serem aplicados uma vez ao mês ou a cada três meses, tirando a necessidade de tomar remédios orais todos os dias.

São boas opções para tratar pacientes que têm grande incapacidade ou alta frequência de enxaqueca ou que não responderam bem às outras opções.

Medidas não farmacológicas

Além dos medicamentos, existem algumas medidas não farmacológicas essenciais para lidar com a enxaqueca, tanto nas crises quanto na prevenção. Essas medidas incluem:

  • Manter higiene do sono adequada.
  • Praticar atividade física regular, especialmente exercícios aeróbicos.
  • Usar técnicas de relaxamento.
  • Manter alimentação saudável e evitar períodos prolongados de jejum.
  • Hidratar-se bem.
  • Tratar, se necessário, estresse, ansiedade e depressão.

Durante a crise, procurar um ambiente escuro e calmo, usar compressas frias na testa e banho morno podem ajudar

Conclusão

A enxaqueca é uma doença crônica, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e que impacta de maneira significativa o dia a dia das pessoas que sofrem com ela.

Infelizmente não tem cura, mas possui tratamentos eficazes, que podem devolver qualidade de vida às pessoas.

O tratamento deve ser individualizado e orientado por um médico, de acordo com a melhor opção para cada pessoa. As medidas não farmacológica e hábitos de vida saudáveis também tem papel muito importante para viver melhor e com menos dor.

Fonte:
Classificação Internacional de Cefaleias – 3a Edição
What is Migraine – JAMA Network
Pathophysiology, Clinical Manifestations and Diagnosis of Migraine in Adults

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