Web de carótida ou membrana de carótida é uma condição rara que afeta a artéria carótida interna, uma das principais responsáveis pelo fornecimento de sangue ao cérebro e que pode causar AVC principalmente em pessoas jovens.
Apesar de incomum, é cada vez mais reconhecida durante investigação de AVC em que não foram identificados outra causas
Nesse artigo vamos discutir os principais assuntos relacionados ao Web Carotídeo.
O que é Web carótideo?
Web de carótida é uma alteração na parte interna de artéria carótida, em formato de uma membrana que se projeta para dentro do vaso.
Essa membrana pode causar estreitamento do vaso e alterar o fluxo sanguíneo. Parte do sangue pode ficar retido no web carotídeo, formar coágulos que podem de desprender e chegar nos vasos do cérebro, causando AIT ou AVC isquêmico.
Também é conhecido como “carotid web”, “teia carotídea”, “membrana carotídea”, “diafragma de carótida”, “displasia fibromuscular septal”, entre outros.
O que causa o web carotídeo?
Acredita-se que o Web de carótida seja uma tipo específico de displasia fibromuscular que afeta apenas uma pequena parte do vaso.
Nós já discutimos a displasia fibromuscular em outro artigo, onde você pode levar mais sobre o assunto.
Basicamente, trata-se de um crescimento anormal das células que formam a parede de artéria. No caso do Carotid Web, esse crescimento é principalmente da camada mais interna, chamada de íntima. Ao crescer, ela se provoca estreitamento focal da carótida
Quais são os ricos do web de carótida?
O web de carótida pode não provocar nenhum sintoma ao longo de toda a vida, mas o seu principal risco é causar AVC isquêmico.
A presença da membrana do web carótida altera o fluxo sanguíneo no local. Uma parte de sangue pode ficar estagnada atrás do web, onde coagula. Se um coágulo se deslocar para a circulação do cérebro, pode causar AVC.
Em pessoas que nunca tiveram sintomas, a presença de um web de carótida parece aumentar o risco de AVC.
Nesses casos, os sintomas dependem da área e tamanho do AVC e podem inclusive causar sequelas graves e permanentes, como paralisia, dificuldade de fala e alterações cognitivas.
Para pessoas que já tiveram um AVC causado por web carotídeo, consideramos que há um risco ainda maior de novo AVC.
Um grande estudo que avaliou quase 3500 pessoas mostrou que o risco de um novo AVC em quem tem um web carotídeo é cerca de 5 vezes maior do que o risco de quem não tem, podendo checar a 17% de chance de um novo AVC em 2 anos!
Por isso, nessas situações o médico especialista em AVC pode indicar angioplastia de carótida ou endarterectomia, que veremos mais abaixo.
Como um web de carótida é diagnosticado?
O diagnóstico da web de carótid é feito por meio de exames de imagem que avaliam os vasos do pescoço, como o ultrassom com doppler, a angiotomografia computadorizada ou a angioressonância magnética.
Esses exames permitem visualizar a anatomia das artérias cervicais e identificar a presença da membrana anormal na carótida interna. Em geral, a tomografia e a ressonância são melhores que o ultrassom para identificar os web carotídeos.
Nos casos duvidosos ou quando o tratamento é proposto, a angiografia cerebral pode ser indicada e é o melhor exame para o diagnóstico dos carotid webs.
Tratamento do Web Carotídeo
O tratamento do web carotídeo precisa ser avaliado conforme a presença ou não de sintomas, como o AVC.
De maneira geral, pessoas que descobriram um web de carótida por acaso e nunca tiveram AVC podem ser tratadas com medicamentos que previnem a formação ou progressão de coágulos ou trombos.
Para isso, são usados medicamentos antiplaquetários (como aspirina ou clopidogrel) ou anticoagulantes (como varfarina ou anticoagulantes orais diretos), que devem ser prescritos e monitorados pelo médico.
Para quem já teve AVC, o tratamento pode incluir, além de medicamentos, procedimentos com angioplastia de carótida.
Nós já falamos em detalhes sobre a angioplastia de carótida e você pode ler mais no nosso artigo.
Nesse caso, um stent é colocado na artéria e recobre o web, assim evitando que trombos de desloquem para causar AVC.
A escolha do melhor tratamento depende de vários fatores, como a idade, as condições clínicas, o tipo e a localização do web de carótida e os resultados dos exames. O especialista em AVC deve avaliar cada caso e indicar a opção mais adequada e segura para o paciente.
Conclusão
O web carotídeo é uma alteração das carótidas que pode causar AVC em pessoas jovens. Sempre que identificado, precisa de avaliação especializada para reduzir o risco.
Fontes:
JAMA Neurology – Current Understanding and Gaps in Research of CarotidWebs in Ischemic Strokes – A Review
JAMA Neurology – Assessment of Recurrent Stroke Risk in Patients With a Carotid Web
Diagnósticos e Tratamentos devem ser individualizados.
Agende sua consulta para uma avaliação!