A obstrução ou estenose da artéria carótida, uma manifestação da doença aterosclerótica, é uma importante causa de AVC, responsável por cerca de 20% de todos os acidentes vasculares cerebrais isquêmicos.
É uma doença relacionada à pressão alta, diabetes, colesterol aumentado e obesidade, que pode ser prevenida ou tratada por meio de medicamentos, cirurgia, ou técnica minimamente invasiva como a angioplastia de carótida
O que é a artéria carótida e qual sua função?
As artérias carótidas são os vasos sanguíneos responsáveis por levar o sangue para a maior parte do cérebro. Em condições normais, até 80% do sangue que chega ao cérebro passa pelas artérias carótidas direita e esquerda.
No total, temos quatro artérias que passam pelo pescoço para levar sangue para dentro do crânio: duas artérias vertebrais, na parte de trás do pescoço, e duas artérias carótidas, mais para a frente no pescoço.
Cada artéria carótida se divide em duas, uma carótida interna e uma carótida externa. Chamamos essa divisão de bifurcação carotídea.
É a carótida interna que entra no crânio e nutre o cérebro. Logo após a bifurcação, a artéria carótida interna tem uma dilatação, chamada de bulbo carotídeo. É nesse local que se desenvolvem a maioria das estenoses de carótidas.
O que é estenose de carótida?
A estenose de carótida é um condição em que ocorre um estreitamento da carótida, que atrapalha a chegada de sangue ao cérebro e pode servir de base para a formação de trombos.
A causa mais comum de estenose arterial são as placas de colesterol (ateroma) que se depositam progressivamente na parede da artéria.
Conforme mais colesterol se deposita, maiores ficam as placas e maior o “entupimento” da carótida. Esse processo é conhecido como aterosclerose.
Estimamos que até 5% da população tenha estenose carotídea e sua frequência aumenta com a idade.
Causas de estenose de carótida
A doença ateromatosa é causada por diversos fatores que agem juntos na formação de placas de gordura (colesterol) em todo o corpo, inclusive nas carótidas.
Os principais fatores que levam a estenose de carótida são:
- tabagismo
- obesidade
- sedentarismo
- hipertensão (pressão alta)
- diabetes
- colesterol alto (dislipidemia)
- idade avançada
Como você pode ter percebido, esses fatores são os mesmos que podem levar a infarto. Isso porque o processo que leva ao infarto – a aterosclerose – é o mesmo. Ou seja, quem já teve infarto ou precisou de stent em alguma artéria do coração, tem risco aumentado de estenose arterial.
Além da aterosclerose, causas menos comuns podem levar ao estreitamento da carótida, como a displasia fibromuscular e a dissecção da carótida. Nesses casos, o processo é diferente, assim como o tratamento.
Sintomas da estenose de carótida
A principal e mais temida consequência da estenose ou entupimento da carótida é o AVC isquêmico.
O AVC pode acontecer por vários mecanismos diferentes.
Quando as placas de colesterol crescem muito, o fluxo de sangue para o cérebro pode ficar muito reduzido, insuficiente para a nutrição dos neurônios.
Algumas placas instáveis da carótida podem se fragmentar e serem deslocadas até a circulação intracraniana.
Também podem se formar coágulos ou trombos sobre as placas, que causam “entupimento” total ou deslocam para vasos do cérebro.
No entanto, antes de causar o AVC, a estenose de carótida pode ser uma doença silenciosa e progredir lentamente até que leve à obstrução de artérias cerebrais.
Em outros casos, a estenose de carótida pode causar ataques isquêmicos transitórios (AIT) de repetição, que servem como um alerta de que há risco de AVC.
Lembre-se que qualquer sintoma neurológico súbito é motivo de procurar atendimento médico com urgência.
Como diagnosticar a doença aterosclerótica carotídea?
A estenose de carótida pode ser diagnosticada durante a investigação da causa de um AVC ou durante a realização de exames, seja de rotina ou na investigação de outras doenças.
Ela também pode ser percebida durante o exame físico, por meio de uma avaliação detalhada.
Vários exames podem confirmar a ateromatose e estenose carotídea e avaliar a sua gravidade.
Ultrassom Doppler de carótidas e vertebrais
Frequentemente é o primeiro exame a detectar a estenose. Esse exame usa as ondas sonoras para avaliar a velocidade do fluxo sanguíneo. Quando há estreitamentos importantes, o fluxo fica acelerado ao passar pela estenose e isso pode ser avaliado pelo Doppler.
O ultrassom também permite ver as placas de colesterol e até a presença de trombos em alguns casos.
Angiotomografia de carótidas ou de pescoço
A angiotomografia ou angioTC é um exame que usa raios-X para avaliar as estruturas do corpo. Com o auxílio de contraste, esse exame consegue ver com alto grau de confiabilidade o trajeto dos vasos e se há algum estreitamento ou importante nas carótidas e vertebrais.
Angioressonância de carótidas e vertebrais
A angioressonância ou angioRM também é um exame muito confiável para análise da doença aterosclerótica carotídea. Além de conseguir identificar a estenose, esse exame permite avaliar as características das placas de colesterol e se há algum sinal indicativo de maior risco de AVC.
Angiografia Cerebral
A angiografia de carótidas é o melhor exame para avaliar o fluxo das carótidas e a presença de estenoses, mas é reservado para casos duvidosos e durante o tratamento com angioplastia com stent.
Classificação das estenoses de carótidas
Durante a avaliação da doença carotídea, os exames permitem classificar o grau de estenose, ou seja, o quanto a placa de colesterol está obstruindo o fluxo sanguíneo.
A estenose de carótida pode ser classificada da seguinte forma:
- estenose leve: quando o estreitamento é menor que 50%;
- estenose moderada: quando a estenose é de 50 a 69%;
- estenose grave: quando a estenose é maior que 70%;
Dizer que uma carótida tem estenose de 70% quer dizer que na área de maior estreitamento, seu diâmetro está reduzido em 70% em relação ao diâmetro normal carótida interna cervical, como na figura abaixo:
Estenoses menores que 50% geralmente têm menor risco de causar AVC mas também precisam de tratamento, principalmente com controle de fatores de risco.
Ter estenose de carótida é indicativo de algum tratamento é necessário, seja medicamentoso, cirúrgico ou endovascular.
Além de classificar pelo grau de estenose ou obstrução, os exames permitem avaliar outras características das placas que são importantes na hora de identificar o risco de AVC e a necessidade de tratamento medicamentoso, cirurgia ou angioplastia, como:
- úlceras de placas
- hemorragias intraplacas
- trombos juntos à placa de colesterol
- calcificação da placa
Estenose carotídea sintomática ou assintomática
As estenoses de carótida também podem ser divididas em sintomáticas ou assintomáticas.
Estenoses que já causaram AVC ou AIT são chamadas de sintomáticas. Estenoses que nunca causaram sintomas são chamadas de assintomáticas.
Essa separação nem sempre é tão simples como parece porque algumas estenoses assintomáticas podem causar sintomas silenciosos, que precisam ser bem avaliados, pois o tratamento de cada uma é diferente.
Tratamento da doença aterosclerótica carotídea
O tratamento da aterosclerose sempre deve incluir medidas de mudança de estilo de vida, como hábitos de vida saudáveis, prática regular de atividade física, alimentação adequada e parar de fumar, quando for o caso.
Você pode ler mais sobre o tratamento da estenose de carótida, no nosso artigo sobre o tema.
Além disso, outros fatores de risco devem ser controlados, como hipertensão, colesterol alto (dislipidemia), diabetes e obesidade.
Medicamentos como AAS e estatinas, que diminuem a formação de trombos e a quantidade de colesterol circulante, podem ser indicados para evitar progressão e fragmentação das placas ateroscleróticas.
Em casos de estenoses mais graves e sintomáticas, pode ser indicado o tratamento de recanalização, que pode ser feito por cirurgia ou angioplastia. A escolha de cada método depende de vários fatores, como anatomia do paciente, tipo de estenose e características do paciente
Endarterectomia
A endarterectomia é uma cirurgia em que por meio de uma incisão da parede da carótida, o cirurgião retira a placa de colesterol.
Angioplastia de carótida
Na angioplastia de carótida, por meio de cateteres, um stent é posicionado no interior da carótida interna, cobrindo a placa aterosclerótica e liberando o fluxo sanguíneo.
Imagens: Carotid Artery Disease | Johns Hopkins Medicine e From atheroma to thrombosis – Servier Medical Art
Fui diagnosticado com Ateromatose carotídea incipiente Ectasia fusiforme da Catótida interna direita intracraniana, vou fazer angiografia e se necessária colocar stend, com pouco sintoma só uma leve pressão na cabeça, não tenho diabetes, nem pressão alta não fumo a 30 anos só colesterol pouco alterado, sou vegetariano e não consumo gorduras, mas não fiquei livre de placas na artéria. Foi muito proveitoso ler este artigo Grato
Olá Clodomir, tudo bem? Nenhum médico da especialidade conseguiu determinar a causa do acúmulo de placas em sua carotida? Descobri há 7 meses atrás que tenho placa no bulbo esquerdo. Refiz o exame essa semana e teve um aumento de 4% de placas. Estou muito preocupada e parece que nenhum cardiologista têm dado tanta importância no meu caso. Como você se sente na sua atual condição? Estou em pânico e ninguém consegue me entender. Desculpe o desabafo.
Estou muito triste. nunca fumei, nem bebo álcool, nem uso drogas. peso baixo, pressão sob controle, alimentação livre de gorduras.carne só branca. caminho muito, faço trabalhos e mesmo assim tenho ateroma de carótida…. 79 anos, ativa e triste. que bom que li seu artigo. a ateromatose carotidedea em é
menor que 50% mim
gostaria de saber se o paciente do fazer uso da vitamina b9? minha filha teve um AVC toma ácido acetilsalicílico 100mg todo dia? estenose na artéria carótida interna.
oi, fui diagnosticado com ateromatose carotídea discreta , gostaria de saber qual o percentual da obstrução das artérias, obrigado
Boa noite fui diagnosticada com uma uma Estenose importante:Redução luminal maior que 70% o que devor fazer. ja fui na minha cardiologista me disse que está tudo bem . Estou preocupada.
Olá Roseli. Nesse caso precisa ser avaliada por um especialista. Para alguns casos, basta tratamento com medicamentos e em outros pode ser indicado stent ou cirurgia.
Sou diabético e sofri AVC isquêmico. Tenho uma dormência relativa que vai da face ao pé esquerdo. É passível de reversão?
Meus exames de imagem acusaram estenose menor que 50% da bifurcação carotídea/carótida interna direita. Este percentual é fator de risco moderado, leve ou grave?
Estenose em torno em torno de 35-45% da bifurcação carotídea/carótida interna esquerda. É fator de risco moderado, ,eve ou grave?
Estenose leve da carótida comum bilateralmente.
Fiz exame das carótidas com doppler,tenho mais de 70% carótida esquerda externa entupida,dois médicos vascular disse que não se opera pois elas não oferecem risco fatal por irrigar áreas externa é verdadeiro isso, alguém pode me informar pois estou muito preocupada grata.
É sim. A carótida externa não leve sangue para o cérebro e tem várias comunicações que diminuem o impacto da estenose.
Fiz Eco Doppler nas duas pernas, e o resultado deu Artéria Femoral com placas de ateromatose calcificada em terço inferior, determinando grau de estenose de 20% nas duas pernas. Que significa ? é muito preocupante? tenho 75 anos.
tenho 63 anos, pressão alta, o colesterol só controla com medicamento, fiz angio TC das coronária:
estenose discreta – redução do diâmetro luminal menor que 50%
estenose moderada – redução do diâmetro luminal maior ou igual a 50% e menor ou igual a 70%
estenose importante – redução do diâmetro luminal maior ou igual a 70
Redução luminal significativa – estenose moderada ou importante
Escore total de cálcio = AGATSTON = 4 VOLUME = 5
Boa tarde
estenose inferior a 50%
tem cura?
tem necessidade de cirurgia?
A porcentagem da estenose não é o único fator, mas em geral, quando menor de 50% pode ser tratado com medicamentos e mudanças de estilo de vida.
fui diagnosticado com estenose das carótidas internasaesquerda 69 a direita e 56 a esquerda
Através de cateterismo, fui diagnosticado com: ESCENDENTE ANTERIOR
CALCIFICADA COM ESTENOSE DE 50% NO ÓSTIO, DE 30% NO 1/3 MÉDIO, E 30% NA ORIGEM DO TERCEIRO MARGINAL. Além deste diagnósticos, também sou portador de ANEURISMA INTRA ATRIAL. Gostaria de saber se a minha condição de saúde caracteriza uma CARDIOPATIA GRAVE? com direito a requerer a ISENÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA.
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