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cefaleia tensional tem a ver com estresse e tem tratamento

Cefaleia Tensional (provavelmente você já teve essa dor de cabeça)

Cefaleia tensional ou cefaleia do tipo tensão é um tipo de dor de cabeça muito frequente que acomete até 78% da população ao longo da vida e por isso é muito provável que você já tenha tido. Por ser tão comum mas não tão forte como a dor da enxaqueca, muitas pessoas a negligenciam, deixam de procurar atendimento e receber tratamento adequado. Imagine a seguinte situação:

Você esta numa semana cansativa, talvez por que seja final de mês e tem que cumprir metas no trabalho ou então porque esta passando por problemas em casa. Não esta dormindo direito, come nas horas erradas, toma café demais e as preocupações só se acumulam. E justo agora começou a sentir uma dor incômoda na cabeça toda, principalmente na parte de trás da cabeça e no pescoço, parecendo que está apertando a cabeça.

Bom, esse é o cenário ideal para que apareça a cefaleia tensional. Esse é o tipo de dor mais comum no mundo. Pode ser apenas ocasional, como no caso acima, ou se tornar crônica, quando acontece por mais de 15 dias por mês ou até continuamente. Muitas pessoas não procuram o médico por esse tipo de dor porque não é tão forte como a enxaqueca, mas ainda assim merece tratamento adequado, o que pode envolver medicamentos, mudanças no estilo de vida e medidas não farmacológicas, e que pode levar a melhora importante da dor e consequentemente da qualidade de vida.

Definição (o que é a cefaleia tensional?)

Antes de entender o termo “cefaleia tensional”, é preciso saber que “cefaleia” é o nome técnico da “dor de cabeça”. Assim, cefaleia tensional é um tipo de cefaleia, com características próprias. É a cefaleia mais comum no mundo todo. Seu nome “tensional” é uma referência a tensão muscular e emocional que muitas vezes esta presente nos pacientes acometidos.

Diferentemente da enxaqueca, outro tipo de dor de cabeça muito comum, que tem características típicas, a dor de cabeça da cefaleia tensional é “mais comum”, no sentido de que seus sintomas são menos específicos e podem se confundir com várias doenças. Além disso, enxaqueca e cefaleia tensional podem estar presentes na mesma pessoa.

O diagnóstico correto é essencial para instituir o tratamento adequado. As características descritas abaixo fazem parte dos critérios oficiais, definidos pela Classificação Internacional das Cefaleias.

Como é a dor da cefaleia tensional

A dor de cabeça da cefaleia tensional é bilateral e geralmente descrita como sensação de peso, aperto ou pressão na cabeça. E essa é uma característica fundamental: a dor não é pulsátil/latejante, como na enxaqueca. Além disso, não provoca náuseas ou vômitos e não esta associada à piora com a luz ou barulho (fotofobia e fonofobia). Tem duração de 30 minutos até várias horas, mas pode até ser contínua.

A dor de cabeça da cefaleia tensional é em peso, aperto ou pressão na cabeça, pode durar horas até dias. Comumente é na região frontal ou na parte de trás da cabeça e pescoço.

Muitos pacientes percebem a dor mais na parte de trás da cabeça, às vezes na região da nuca e no pescoço. Os músculos dessa região podem estar mais tensos (daí um dos motivos no nome dessa cefaleia!) e doloridos.

Classificação

A dor de cabeça tensional pode ser classificada conforme sua frequência. Isso é importante porque ajuda a definir a necessidade e tipo de tratamento a ser prescrito.

Cefaleia tensional episódica pouco frequente

Nessa forma, dor é rara, acontecendo até uma vez por mês (12 dias por ano). Por ser tão esporádica, o tratamento se baseia principalmente em medicamentos para resolver as crises, chamados de abortivos (abortam a dor), sem a necessidade de medicação contínua.

Cefaleia tensional frequente

Nesse caso, a dor se torna mais frequente, acontecendo de 1 a 14 dias por mês, por pelo menos três meses. Tal frequência passa a ser limitante, causa grande incômodo e pode prejudicar as atividades do dia a dia, como trabalho e estudo. Assim, pode ser indicado o uso de medicamentos preventivos para dor de cabeça. Um neurologista especialista deve avaliar caso a caso e indicar a melhor opção.

Cefaleia tensional crônica

Chamamos de crônica a dor de cabeça tensional que ocorre por 15 dias ou mais por mês ou que é contínua. Geralmente se iniciou como uma dor que era esporádica e passou a aumentar de frequência até preencher critérios para ser classificada como crônica. Conforme avaliação individualizada, nesses casos também esta indicado o uso de medicamentos preventivos que tem o objetivo de diminuir a frequência e intensidade da dor de cabeça. Além de medicamentos, outras medidas podem ser benéficas, como descrevo mais abaixo.

Doenças associadas

Como dito, a cefaleia tensional tem sintomas comuns, que também podem ser causados por outras doenças. Por isso, a avaliação de um neurologista é tão importante em diferenciar os possíveis outros diagnósticos e permitir que a doença correta seja tratada.

Outro fator importante é que muitas condições podem piorar a dor de cabeça da cefaleia tensional e por isso também devem ser tratadas. Caso contrário, os medicamentos para cefaleia pouco ajudarão.

Entre esses diagnósticos, estão:

  • Distúrbios do sono, como Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS)
  • Hipotireoidismo
  • Distúrbios da articulação temporomandibular
  • Distúrbios da coluna cervical
  • Lesões expansivas intracranianas
  • Depressão
  • Transtornos de Ansiedade
  • Transtorno do Pânico

Tratamento (como tratar?)

O tratamento da cefaleia tensional pode ser medicamentoso ou não. Todos os pacientes, independente da frequência da dor, se beneficiam de medidas simples relacionadas ao estilo de vida que ajudam a prevenir as crises de dor, como:

  • Prática regular de atividade física, principalmente aeróbica
  • Hábitos regulares de alimentação, evitando períodos prolongados de jejum
  • Manter hábito de sono saudável e regular
  • Evitar automedicação em excesso
  • Técnicas de relaxamento e evitar situações estressantes
  • Evitar uso excessivo de café e produtos com cafeína

Além dessas medidas, quando necessário o uso de medicamentos, este tem dois objetivos diferentes: remédios para tratar a dor de cabeça quando ela acontece e remédios para prevenir a ocorrência da dor.

O tratamento depende de intensidade e frequência da dor. Pode ser apenas para abortar as crises ou pode ser preventivo.

A decisão de qual modalidade é mais apropriada depende de quanto a dor de cabeça afeta sua vida, de qual sua intensidade e frequência e também da opção do paciente em tomar os medicamentos. De maneira geral, para dores mais esporádicas, é indicado apenas o uso de analgésicos comuns ou anti-inflamatórios. Nas dores mais leves, pode nem ser necessário tomar remédio, bastando permanecer em repouso por algum momento.

Atenção:

O uso frequente de analgésicos para dores de cabeça pode piorar o quadro, mudar as características da dor e torná-la mais frequente. Evite medicamentos combinados (aqueles com mais de uma substância ativa), a não ser que orientado pelo neurologista. E evite tomar mais que 2 vezes por semana.

Quando as dores são mais frequentes e/ou mais limitantes, pode estar indicado o uso de remédios profiláticos, ou seja, para prevenir a dor de cabeça. Nesses casos, a medicação deve ser tomada todos os dias, independente de apresentar ou não dor de cabeça naquele dia. O objetivo é reduzir a frequência e intensidade da dor em semanas a meses.

Para essa situação, existem algumas opções. O neurologista avalia a melhor alternativa de acordo com cada paciente, levando em consideração sexo, idade, doenças associadas, preferências pessoais, etc. Fisioterapia e psicoterapia podem estar indicados em casos selecionados, como quando há ansiedade muito importante.

Com boa adesão ao tratamento e acompanhamento correto, a maioria dos pacientes sentem melhora expressiva tanto na frequência quanto na intensidade das dores. O resultado final melhora significativa na qualidade de vida, na produtividade no trabalho e na família, melhora do humor e do sono, entre outros benefícios indiretos.

Além dos medicamentos, medidas comportamentais como relaxamento, evitar abuso de café, cuidados com privação de sono e atividade física regular podem auxiliar no tratamento.

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Diagnósticos e Tratamentos devem ser individualizados.

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