Dilatações infundibulares são lesões frequentemente descobertas em exames de angiotomografia ou angioressonância durante investigação das mais diversas condições e podem ser confundidas com aneurismas cerebrais, gerando preocupação com seu risco. Também podem ser conhecidas com ectasias infundibulares ou infundíbulos.
Tanto os infundíbulos como os aneurismas são condições que afetam os vasos sanguíneos do cérebro, mas que têm características e riscos diferentes.
Neste artigo, vamos explicar o que são essas condições, quais as diferenças entre elas, como se formam, quais são os sintomas e como podem ser diagnosticadas e tratadas.
O que é dilatação infundibular?
A dilatação infundibular, ectasia infundibular ou simplesmente infundíbulo é uma dilatação de uma artéria que ocorre na sua origem, ou seja, no ponto em que ela se ramifica a partir de outro vaso maior. Essa dilatação é geralmente pequena (menor que 3 mm), de formato triangular e tem a ver com a formação embrionária do próprio vaso.
Portanto, o infundíbulo não é uma doença e não representa um risco de ruptura ou sangramento. Como é pequeno, não costuma causar sintomas. Pode ser considerado uma variação anatômica normal e não requer tratamento, mas pode precisar de acompanhamento.
O infundíbulo é muito comum: alguns estudos mostram que 17% das pessoas têm esse achado em seus exames. Como comparação, os aneurismas acontecem em 2 a 5% das pessoas.
O que é aneurisma?
Aneurismas são dilatações anormais dos vasos sanguíneos, geralmente em formato de “bolha”, que acontece principalmente em regiões de bifurcação das artérias cerebrais. Suas paredes são mais frágeis que os vasos normais e tem risco de sangramento.
Qual a diferença entre dilatação infundibular e aneurisma?
As principais diferenças entre dilatação infundibular e aneurisma são o formato e tamanho da dilatação e o risco de complicações.
Como vimos, as ectasias infunbiulares são pequenas, sempre em formato triangular e na origem dos vasos. Além disso, em geral não causam riscos de sangramento.
Os aneurismas podem ter diferentes localizações, tamanhos e formatos e podem evoluir ao longo do tempo, crescendo e rompendo, com risco de hemorragia subaracnoide, que é uma complicação grave.
O infundíbulo é muito comum. Alguns estudos mostram que 17% das pessoas têm esse achado em seus exames. Por outro lado, os aneurismas acontecem em 2 a 5% das pessoas.
Que exame diferencia os infundíbulos dos aneurismas?
Os exames cada vez mais modernos e com melhor resolução, como angioressonância e angiotomografia conseguem identificar alterações nas paredes dos vasos mas nem sempre conseguem diferenciar entre aneurismas e dilatações infundibulares. Para isso, a angiografia, que é um exame mais detalhado, pode ser necessária.
Isso acontece porque os infundíbulos são lesões pequenas, no limite da capacidade de detecção dos exames, e os vasos que saem deles podem ser ainda menores. Quando não é possível identificar no vaso na “ponta” da dilatação, não é possível afirmar que não é um aneurisma.
Como a angiografia cerebral é um exame dedicado para investigação dos vasos sanguíneos, esta indicada em casos de dúvidas.
Mas mesmo nessa situação, nem sempre a diferenciação é fácil.
Na imagem abaixo, vemos um pequeno vaso se originando da ectasia infundibular de formato triangular na origem da artéria comunicante posterior.
Como é o tratamento e acompanhamento dos infundíbulos?
Os infundíbulos não precisam de tratamento específicos, mas algumas lesões podem mudar de características ao longo do tempo e progredir para aneurisma ou até causar sangramento.
Por isso, é importante ser avaliado por um especialista em aneurisma e manter acompanhamento conforme orientação, que é feito com exames periódicos, como a angiorressonância.
Também é importante controlar os fatores de risco para aneurismas, para diminuir a chance de progressão de lesão.
Conclusão
Dilatações ou ectasias infundibulares e aneurisma são duas condições diferentes que afetam os vasos sanguíneos do cérebro e têm consequências também diferentes. Enquanto o infundíbulo é uma dilatação pequena e benigna, que não precisa de tratamento, o aneurisma é uma dilatação maior e perigosa, que pode causar sangramento e AVC. O diagnóstico é feito por exames de imagem que mostram a forma, o tamanho e a localização da dilatação.
Fontes:
Journal of Neurointerventional Surgery
Radiopaedia
Neuroangio.org
excelente
Boa explicação.